
# Hóspede(13-andamento)
>A partir do registro de minhas vivências em casas compartilhadas por meio de plataforma em rede ao longo dos últimos seis anos, proponho uma reflexão sobre a Economia Compartilhada ou Colaborativa. Movimento de vanguarda econômica iniciado nos anos 2000, a Economia Compartilhada tem ganho força na última década e cada vez mais adeptos, especialmente nas economias periféricas e emergentes, na exata medida em que o termo se torna popular, ilustrando uma série de publicações e de livros best-sellers que repercutem exemplos e casos de sucesso. Um desses cases está personificado em Robin Chase, co-fundadora de uma dessas iniciativas de compartilhamento, a "Zipcar", quem defende a teoria de que a era da Economia Industrial (baseada no tripé consumir-acumular-monopolizar) vive os seus momentos finais e a razão disso é a transição imposta pelos conceitos colaborativos. Não havendo mais recursos disponíveis no médio-longo prazo ao suporte da escalada exponencial da humanidade, o reuso e a utilização econômica do que já há produzido são conceitos que se farão compulsórios antes do que se imagina à preço de hoje. Nessa ambiência, as plataformas de interação para o compartilhamento em rede, cujos valores estão fincados mais na colaboração dos indivíduos e menos na propriedade de marcas, na produção exacerbada e no monopólio das coisas, são a mola propulsora desse recente Movimento, encabeçando o esforço de ruptura. O ensaio “Hóspede”, então, agrupa o estranhamento e a sensação de possuir temporariamente o não-pertencido, amalgamando as evidências [conscientes ou não] desse novo ciclo econômico que estão contidas nesses espaços divididos. Assim como propõem essas experiências colaborativas, as imagens geradas são plurais, resultado de intervenções e de apropriações de fotografias de revistas ali dispostas e de objetos encontrados, trazendo consigo os sinais e as pistas subliminares do novo, da sua quebra de paradigmas, suas razões e justificativas, mas também traços controversos, vez que o processo histórico em andamento agrupa nesses mesmos subconjuntos uma zona de interseção na qual coabitam o gasto, o atual e o novo.